Novo estudo: Células formam trens para navegar terrenos complexos

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Por Chi Silva
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Células se movendo por caminhos intricados em uma superfície.

São PauloAs células geralmente permanecem em um lugar, mas algumas podem se mover. Células em movimento ajudam a cicatrizar feridas. Recentemente, cientistas estudaram como essas células se movem juntas e descobriram novas informações sobre o comportamento delas. A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Ciência e Tecnologia da Áustria (ISTA) e pela Universidade de Mons, na Bélgica. Os resultados foram publicados na Nature Physics.

A maioria das células no corpo humano permanece no mesmo lugar, mas algumas, como os queratócitos, podem se mover para reparar tecidos. Cientistas queriam entender como essas células se deslocam em grupos e enfrentam ambientes desafiadores. Eles utilizaram tanto modelos teóricos quanto experimentos práticos para investigar isso.

Principais Descobertas:

  • Células se movimentam em grupos como trens
  • Esses movimentos foram observados em faixas especializadas chamadas microestripes
  • Tamanhos diferentes dos grupos influenciam a velocidade de movimento

Pesquisadores usaram uma placa de Petri com linhas e adicionaram escamas de peixes-zebra contendo células de cicatrização. Essas células inicialmente se aglutinaram, depois se separaram em grupos e se moveram ao longo das linhas. Os grupos variaram em quantidade de células, entre dois e dez, dependendo das condições.

Para compreender esses movimentos, pesquisadores criaram um modelo matemático. O modelo combina a direção interna das células (polaridade) com suas interações. O estudo revelou que a velocidade dos grupos de células não depende do tamanho do grupo. Todas as células em um grupo se movem sincronizadas. Em vez de uma célula arrastar as outras, todas contribuem igualmente para o movimento.

Os pesquisadores testaram pistas de diferentes larguras e grupos maiores de células. Descobriram que grupos maiores se moviam mais lentamente do que grupos em fila única, pois mais células colidiam, interrompendo seu movimento. Esses resultados foram confirmados em experimentos de laboratório.

Descobertas Experimentais:

  • Grupos maiores se movem mais devagar do que grupos menores em fila única
  • Células individuais em grupos maiores não estão bem alinhadas
  • Grupos menores mantêm melhor alinhamento e velocidade

Ao atravessar áreas difíceis, estar em grupo ajudava. As células juntas podiam mudar de direção mais facilmente diante de obstáculos do que células em fila. Isso acontecia porque algumas células no grupo já estavam voltadas para novas direções.

Células podem se mover em grupos ou individualmente. Isso ocorre em muitos eventos biológicos. Alguns desses eventos exigem movimentação em grupo, enquanto outros requerem que as células se movam separadamente. O novo modelo ajuda a entender como as células se movem em espaços de diferentes formas.

Os pesquisadores utilizarão este modelo para estudar a interação das células. Compreender esses pequenos movimentos pode nos ajudar a entender como os tecidos se movem em conjunto. Este estudo revela como as células se descolam por ambientes complexos.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41567-024-02532-x

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Eléonore Vercruysse, David B. Brückner, Manuel Gómez-González, Alexandre Remson, Marine Luciano, Yohalie Kalukula, Leone Rossetti, Xavier Trepat, Edouard Hannezo, Sylvain Gabriele. Geometry-driven migration efficiency of autonomous epithelial cell clusters. Nature Physics, 2024; DOI: 10.1038/s41567-024-02532-x
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