Nanoarquitetos: revelando os segredos estruturais das colônias bacterianas

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Por João Silva
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Bactérias interagindo com nanopartículas semelhantes a vírus em colônias.

São PauloPesquisadores da Universidade de Tsukuba descobriram que nanopartículas semelhantes a vírus podem controlar como as bactérias hospedeiras se organizam e se reproduzem. Essas partículas estão relacionadas aos bacteriófagos, que são vírus que infectam bactérias. Elas possuem uma enzima que altera a forma e a estrutura das bactérias, ajudando-as a crescer de maneira diferente.

Actinomicetos possuem genes capazes de gerar partículas semelhantes a vírus, cuja finalidade era desconhecida até agora. O estudo analisou Streptomyces davawensis, um tipo específico de actinomiceto. Esta bactéria utiliza essas partículas para auxiliar na sua reprodução.

O estudo revelou alguns resultados significativos.

  • A função do DNA extracelular como estrutura para a organização multicelular foi significativamente reduzida nas cepas mutantes de S. davawensis.
  • Células que não produzem partículas semelhantes a vírus ficaram presas em agregados anormais.
  • A enzima nas partículas semelhantes a vírus degrada o DNA genômico, conectando os ambientes intracelular e extracelular.

Pesquisadores descobriram que as partículas similares a vírus possuem uma enzima especial denominada efetor. Este efetor é crucial para sua função, pois degrada parte do DNA. O efetor sai da partícula e se dirige à membrana celular do hospedeiro.

O modelo demonstra como o efetor auxilia na liberação do DNA para fora da célula. Esse DNA liberado proporciona estrutura e nutrientes, favorecendo o crescimento e a reprodução das células hospedeiras. Isso resulta em um grupo de células mais organizado e em melhorias na forma e função das bactérias.

Esta pesquisa foi financiada por várias fontes, incluindo:

  • Auxílio de Pesquisa Científica da Sociedade Japonesa para a Promoção da Ciência (19K15726, 23K13863 e 23K26811).
  • Agência de Ciência e Tecnologia do Japão (JPMJMI21G8 e JPMJGX23B2).
  • Programa de Incentivo a Jovens Talentos em Ciências da Vida da Suntory (SunRiSE).

A descoberta é significativa porque revela uma nova forma de bactérias se multiplicarem usando partículas semelhantes a vírus. A pesquisa indica que cientistas poderiam modificar essas partículas para beneficiar diversos campos da biotecnologia.

Em todos os lugares do ambiente, podemos encontrar vírus. Os seres vivos desenvolveram mecanismos para combatê-los. Entretanto, este estudo revela que nem tudo relacionado a vírus é prejudicial. Nesse caso, eles na verdade auxiliam as bactérias a se reproduzirem.

A análise revelou que a Streptomyces davawensis não consegue funcionar adequadamente sem as partículas semelhantes a vírus. Cepas mutantes sem essas partículas não conseguiram se organizar corretamente e formaram aglomerados celulares anômalos. Isso demonstra que esses nanopartículas são essenciais.

Esta pesquisa é essencial para a microbiologia e a biotecnologia. Ela detalha como nanopartículas semelhantes a vírus influenciam as bactérias. Demonstra como essas partículas auxiliam na organização e reprodução bacteriana. O estudo é minucioso e propõe diversas aplicações futuras.

Cientistas descobriram que bactérias e vírus (ou partículas semelhantes a vírus) podem cooperar. Essa cooperação auxilia as bactérias a crescerem e a se organizarem melhor. Agora, os pesquisadores podem explorar novas formas de utilizar esse conhecimento. Com essa nova compreensão, a biotecnologia do futuro poderá se tornar muito mais avançada.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-48834-9

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Toshiki Nagakubo, Tatsuya Nishiyama, Tatsuya Yamamoto, Nobuhiko Nomura, Masanori Toyofuku. Contractile injection systems facilitate sporogenic differentiation of Streptomyces davawensis through the action of a phage tapemeasure protein-related effector. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-48834-9
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