Dilemas da Rússia no futuro incerto da Síria

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Por Chi Silva
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Tanques russos no deserto sírio com bandeiras rebeldes.

São PauloTítulo: Rússia Muda de Estratégia na Síria?

O cenário na Síria continua complicado, especialmente com a aparente mudança no papel da Rússia. As forças russas têm sido importantes no apoio ao regime de Assad, mas os acontecimentos recentes indicam uma possível alteração nesta dinâmica. No mês passado, as forças de oposição realizaram um ataque surpresa no noroeste da Síria, ameaçando a estabilidade do governo de Assad. Curiosamente, a Rússia não tomou medidas significativas em resposta, gerando várias interpretações diferentes.

Ex-presidente sírio Bashar al-Assad fez sua primeira aparição pública desde que foi destituído do cargo e anunciou que se mudou para a Rússia. Após ataques de insurgentes a Damasco, ele se transferiu para a base aérea de Hmeimim, que foi posteriormente alvo de ataques de drones. Isso levou a Rússia a decidir evacuá-lo.

Existem várias razões para acreditar que a Rússia pode gradualmente se retirar.

A ausência de confrontos entre as forças russas e as novas forças de segurança lideradas por insurgentes. A consideração estratégica dos compromissos militares globais contínuos da Rússia, que podem pressionar seus recursos. As percepções das ações russas nas regiões anteriormente alvejadas no norte da Síria, que podem influenciar as decisões.

Com a saída de Assad da Síria, a dinâmica do conflito mudou de forma inesperada. Os insurgentes passaram a agir como forças de segurança e estão colaborando indiretamente com as forças russas, apesar de terem sido inimigos anteriormente. Isso demonstra uma postura mais pragmática, ao invés de alinhamento ideológico. A Rússia está adotando uma postura cautelosa e parece avaliar suas próximas ações na Síria, podendo revisar sua estratégia no conflito em andamento.

Rússia tem se envolvido profundamente na Síria, focando em seus próprios objetivos políticos. Ela tem apoiado Assad para manter sua influência no Oriente Médio e combater grupos extremistas. Agora que Assad está na Rússia, Moscou pode concentrar-se em manter sua influência na Síria por meio de abordagens menos diretas, considerando as mudanças de poder na região.

Países ocidentais podem enxergar estes acontecimentos como uma oportunidade para redefinir sua estratégia na Síria. A aparente hesitação da Rússia pode abrir caminhos para influenciar o futuro da Síria, conciliando objetivos humanitários e estratégicos. Ao mesmo tempo, o povo sírio enfrenta tempos incertos e anseia por estabilidade e paz, com grande parte das suas esperanças dependendo das próximas ações da Rússia neste cenário complexo.

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