Experimentos com laser revelam propriedades essenciais de minerais de super-Terras

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Por Ana Silva
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Laser de alta energia atingindo óxido de magnésio sob pressão.

São PauloCientistas fazem descoberta sobre comportamento do óxido de magnésio

Cientistas descobriram algo novo sobre o óxido de magnésio, um mineral crucial encontrado nos mantos planetários. Usando lasers de alta energia, os pesquisadores observaram átomos de óxido de magnésio mudando e derretendo sob pressão e temperatura extremas. Essas condições são semelhantes às encontradas nas profundezas do manto de um planeta rochoso.

O estudo revelou os seguintes dados:

  • O óxido de magnésio é capaz de suportar pressões de até 600 gigapascais.
  • O mineral derrete a temperaturas em torno de 9.700 Kelvin.
  • Sob pressão, ele transita entre as fases de sal-gema e cloreto de césio.
  • Os experimentos foram realizados utilizando a instalação a laser Omega-EP.

O óxido de magnésio pode ser o primeiro mineral a se formar a partir do magma durante o desenvolvimento de super-Terras. Essa descoberta é relevante, pois super-Terras, maiores que a Terra mas menores que Netuno ou Urano, são frequentemente estudadas na busca por planetas fora do nosso sistema solar.

June Wicks, professora da Universidade Johns Hopkins, liderou a pesquisa. Ela explicou que o óxido de magnésio pode desempenhar um papel crucial no processo de resfriamento das super-Terras jovens. Esse mineral tem um ponto de fusão elevado, o que o torna o primeiro a se solidificar conforme esses planetas esfriam e formam camadas distintas de núcleo e manto.

Os cientistas utilizaram lasers para submeter pequenas amostras de óxido de magnésio a uma pressão extremamente alta. Em seguida, usaram raios X para observar as mudanças nos átomos do material. Isso permitiu que eles vissem a transição do mineral de sólido para líquido.

Pesquisadores descobrem óxido de magnésio em diferentes formas a pressões entre 430 e 500 gigapascais. Esses valores são quase 600 vezes maiores que as pressões encontradas no fundo dos oceanos terrestres.

Os pesquisadores descobriram que o mineral suporta pressões de até 600 gigapascais antes de derreter. Isso sugere que o óxido de magnésio provavelmente permanecerá sólido nessas condições, enquanto outros materiais no manto terrestre se transformarão em líquidos.

Wicks destacou a importância deste mineral para planetas jovens, pois ele facilita a transferência de calor no interior do planeta, influenciando sua formação e evolução ao longo do tempo. O óxido de magnésio também pode afetar o campo magnético do planeta, erupções vulcânicas e outras propriedades físicas relevantes.

Um grupo de pesquisadores de várias instituições como a Universidade Johns Hopkins, o Laboratório Nacional Lawrence Livermore e a Universidade de Rochester realizou o estudo. A pesquisa foi financiada pela Administração Nacional de Segurança Nuclear e pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos.

Esses experimentos com lasers de alta energia fornecem novas informações sobre como o óxido de magnésio se comporta sob condições extremas. Esta pesquisa pode ajudar cientistas a criar modelos mais precisos para estudar minerais na Terra e em outros planetas rochosos. Os resultados do estudo, publicados na Science Advances, destacam as valiosas propriedades do óxido de magnésio.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/sciadv.adk0306

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

June K. Wicks, Saransh Singh, Marius Millot, Dayne E. Fratanduono, Federica Coppari, Martin G. Gorman, Zixuan Ye, J. Ryan Rygg, Anirudh Hari, Jon H. Eggert, Thomas S. Duffy, Raymond F. Smith. B1-B2 transition in shock-compressed MgO. Science Advances, 2024; 10 (23) DOI: 10.1126/sciadv.adk0306
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