Crise urbana por calor no Sul Global: urgente redução de temperaturas com espaços verdes

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Por João Silva
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Paisagem urbana ressecada com raras manchas de vegetação.

São PauloPesquisa recente revela que cidades do Sul Global enfrentam ondas de calor mais intensas devido à escassez de áreas verdes, fundamentais para resfriar o ambiente. Essas cidades desfrutam de apenas 70% do efeito de resfriamento proporcionado por áreas verdes em comparação com cidades do Norte Global.

Espaços verdes urbanos ajudam a reduzir as temperaturas nas cidades. Parques, florestas urbanas e telhados verdes refrescam o ar ao fornecer sombra e liberar umidade. Durante as estações quentes, isso pode diminuir a temperatura nas cidades em cerca de 3°C.

Principais Descobertas do Estudo:

  • As cidades mais frescas estão principalmente nos EUA, com destaque para Charlotte e Raleigh-Durham.
  • Mogadíscio, Sana'a e Rosário possuem as menores capacidades de resfriamento.
  • Cidades do Sul Global têm menos áreas verdes, oferecendo benefícios de resfriamento menores em comparação com cidades do Norte Global.

Regiões de alto risco incluem a África, a América Latina e partes da Ásia, com destaque para a Índia e a Nigéria. Com o aumento das temperaturas, a falta de áreas verdes agrava os problemas existentes. As áreas mais ricas das cidades geralmente têm mais espaços verdes, que ajudam a resfriá-las. Em contraste, regiões mais pobres, como favelas, sofrem mais intensamente com o calor.

Planejamento urbano no Sul Global precisa inserir espaços verdes

O planejamento urbano nas regiões do Sul Global necessita repensar a inclusão de espaços verdes. Isso envolve a criação de novos parques e florestas urbanas, além da melhoria das áreas já existentes para reduzir o calor. Financiamento e apoio político são essenciais, pois esses projetos iniciais demandam altos custos. No entanto, a longo prazo, os benefícios, como a redução de doenças e mortes relacionadas ao calor, justificam esses investimentos.

Estratégias para Melhorar Espaços Verdes Urbanos:

  • Desenvolver jardins verticais e em telhados em áreas densamente povoadas.
  • Aumentar o número de parques urbanos e espaços verdes comunitários.
  • Implementar políticas para proteger e expandir áreas verdes existentes.
  • Utilizar espécies de árvores com maiores taxas de evapotranspiração para melhor resfriamento.

Espaços verdes urbanos são essenciais para enfrentar as mudanças climáticas e melhorar a saúde humana. Garantir a inclusão desses espaços no planejamento urbanístico pode tornar as cidades do Sul Global mais resilientes, justas e agradáveis para se viver.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-51355-0

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Yuxiang Li, Jens-Christian Svenning, Weiqi Zhou, Kai Zhu, Jesse F. Abrams, Timothy M. Lenton, William J. Ripple, Zhaowu Yu, Shuqing N. Teng, Robert R. Dunn, Chi Xu. Green spaces provide substantial but unequal urban cooling globally. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-51355-0
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