Dzud mortal na Mongólia mata mais de 7 milhões de animais
São PauloA Mongólia está enfrentando uma crise severa devido ao clima extremamente rigoroso deste inverno. Chamado de dzud, este inverno já causou a morte de muitos animais. Este é o sexto dzud nos últimos dez anos e o pior até agora. Ele ocorre após outro dzud no ano passado e um verão seco. A queda de neve deste inverno é a mais intensa desde 1975.
Já em fevereiro, a mídia estatal relatou a morte de 2,1 milhões de bovinos, ovinos e caprinos. Em maio, esse número subiu para 7,1 milhões. O vice-primeiro-ministro alertou que o total poderia chegar a 14,9 milhões de animais, o que representa quase 24% de todo o rebanho na Mongólia. Milhares de famílias perderam mais de 70% dos seus rebanhos.
- Este ano, o dzud é o sexto em dez anos
- A maior nevasca desde 1975
- 2,1 milhões de animais mortos em fevereiro
- 7,1 milhões de animais mortos até maio
- Possível perda total de 14,9 milhões de animais
A perda de gado é extremamente difícil para os 3,3 milhões de habitantes da Mongólia. A pastagem nômade é crucial para suas vidas. A constituição mongol até chama o rebanho de 65 milhões de cabeças de gado de "riqueza nacional." Este ano, a forte nevasca dificultou a busca de alimento para muitos animais. Animais grávidas frequentemente perderam seus filhotes.
O cunhado de Batdelger teve mais sorte do que a maioria. Uma amiga perdeu quase todos os seus 250 iaques, ficando apenas com 15. A terra está repleta de corpos de animais mortos. No início de maio, quase 80% dos cadáveres já tinham sido enterrados. É fundamental se livrar rapidamente desses corpos para evitar a propagação de doenças.
Temperaturas mais altas podem resultar em mais incêndios florestais e tempestades de poeira. O derretimento da neve pode provocar um grande volume de água, elevando o risco de inundações repentinas, especialmente em áreas urbanas.
O dzud demonstra como as mudanças climáticas podem agravar a pobreza. Quando os pastores perdem seus animais, frequentemente se mudam para cidades como Ulaanbaatar. No entanto, conseguir emprego é difícil, o que os torna ainda mais pobres.
Matilda Dimovska, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, afirmou que muitos animais grávidos perdem seus filhotes. Os animais jovens não recebem comida suficiente e ficam com fome. Ela disse que isso é muito triste.
Mungunkhishig Batbaatar da organização People in Need afirmou que a Mongólia precisa de sistemas de alerta precoce mais eficazes para salvar vidas. Regiões com bons sistemas de alerta apresentam menos mortes relacionadas a desastres.
A ajuda internacional para a Mongólia tem sido muito baixa. O pedido de auxílio da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) em meados de março recebeu menos de 20% dos fundos necessários. Dzhumaeva, da IFRC, mencionou que os orçamentos estão apertados devido a outras crises, como as da Ucrânia e de Gaza, sobrando pouco dinheiro para ajudar a Mongólia.
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