Nova técnica de microscopia APIC: imagens mais nítidas e rápidas

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Por Chi Silva
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Microscópio avançado capturando imagem detalhada das estruturas celulares.

São PauloUma nova técnica chamada APIC (Imagem Angular Ptychográfica com Método de Solução Fechada) oferece imagens mais nítidas em áreas maiores. Desenvolvida pela equipe de Changhuei Yang no Caltech, a APIC é mais precisa e rápida do que a microscopia ptychográfica de Fourier (FPM). Diferente da FPM, não necessita de estimativas repetidas e resolve diretamente uma equação linear para resultados mais precisos.

Por muitos anos, os fabricantes de microscópios enfrentaram dificuldades para alcançar alta resolução e um amplo campo de visão ao mesmo tempo. Eles tinham que escolher um ou outro. Em 2013, engenheiros do Caltech desenvolveram a Microscopia Computacional e introduziram a Microscopia Fourier Ptychographic (FPM). Esta nova tecnologia utilizava algoritmos de computador junto com métodos tradicionais para produzir imagens mais claras e detalhadas em áreas maiores. Embora eficaz, a FPM tinha uma desvantagem: ela usava um método de tentativa e erro, o que às vezes resultava em imagens imprecisas.

A nova técnica APIC resolve esse problema. Veja o que torna o APIC superior:

  • Solução direta sem necessidade de suposições iterativas
  • Processamento de imagem mais rápido
  • Elimina borrões e distorções
  • Mantém alta resolução em um amplo campo de visão

Sob a liderança de Yang, a equipe do Caltech conseguiu simplificar o algoritmo ao eliminar passos repetitivos. O sistema APIC utiliza uma equação linear para identificar erros causados pela óptica do microscópio. Após detectar esses erros, o sistema pode corrigi-los, resultando em imagens nítidas em grandes áreas sem a necessidade de ajustes constantes.

APIC permite aos pesquisadores capturar imagens nítidas de grandes áreas sem precisar ajustar o foco constantemente. Por outro lado, o FPM exige a refocalização até com pequenas variações na altura da amostra, o que pode resultar na necessidade de combinar mais de 100 imagens de baixa resolução para obter uma visão mais ampla.

Yang destaca a importância do APIC para os trabalhos de seu laboratório na melhoria de dados imagéticos para uso em inteligência artificial. Seu laboratório demonstrou que a IA pode superar médicos especialistas na previsão da disseminação do câncer de pulmão a partir de lâminas de patologia, mas para isso, eles precisam de imagens nítidas e de alta qualidade. O APIC ajuda a alcançar essa qualidade, melhorando tanto a captação de imagens quanto o desempenho da IA.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-49126-y

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Ruizhi Cao, Cheng Shen, Changhuei Yang. High-resolution, large field-of-view label-free imaging via aberration-corrected, closed-form complex field reconstruction. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-49126-y
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