Estudo revela golpe e desinformação em anúncios políticos na rede
São PauloNova pesquisa de Jennifer Stromer-Galley do Instituto para Democracia, Jornalismo e Cidadania da Universidade de Syracuse revela que anúncios políticos nas redes sociais frequentemente contêm informações falsas e golpes. O estudo analisou mais de 2.200 grupos no Facebook e Instagram que veicularam anúncios sobre candidatos presidenciais de setembro a maio. Esses anúncios custaram quase 19 milhões de dólares e foram visualizados mais de 1 bilhão de vezes.
Principais Descobertas:
- Os anúncios tanto de direita quanto de esquerda miraram mais nos eleitores mais velhos do que nos mais jovens.
- Os anúncios de direita focaram principalmente nos homens, enquanto os de esquerda preferiram as mulheres.
- Grupos conservadores compraram mais anúncios do que os grupos progressistas.
- Imigração foi o tema principal dos anúncios de direita, enquanto a economia predominou nos anúncios de esquerda.
Meta, a empresa proprietária do Facebook, divulgou dados alarmantes: muitos anúncios continham informações falsas. Alguns até utilizavam vídeos e áudios forjados. Por exemplo, havia vídeos falsos de celebridades chorando durante um discurso da ex-primeira-dama Melania Trump. Stromer-Galley destacou que alegações falsas sobre crime urbano e imigração eram comuns.
Pesquisas revelaram que alguns grupos que publicavam esses anúncios estavam mais interessados em roubar informações financeiras dos usuários do que em apoiar qualquer candidato. A equipe de Stromer-Galley, em parceria com a Neo4j, descobriu que muitas páginas tinham os mesmos criadores ou publicavam anúncios quase idênticos. Quando o Facebook removia uma página, outra surgia logo em seguida.
Propagandas fraudulentas frequentemente vendiam itens relacionados a Trump, como bandeiras, bonés, banners e moedas, e algumas promoviam esquemas de investimento falso. Um grupo chamado Liberty Defender Group colocou anúncios oferecendo uma bandeira de Trump gratuita para obter as informações de cartão de crédito dos usuários. E-mails enviados para eles não receberam resposta, e o número de telefone estava indisponível. Um dos sites do grupo agora vende dispositivos que alegam melhorar a eficiência energética das residências, desviando-se da política.
Meta já havia removido a maior parte dos anúncios e páginas dessa rede no início deste ano, mas ainda é possível encontrá-los em outras plataformas. A empresa afirma que não permite fraudes ou conteúdo que influencie eleições e remove anúncios que violem essas regras. Meta orienta os usuários a não clicarem em links suspeitos nem compartilharem informações pessoais com fontes duvidosas. "Não respondam a mensagens solicitando sua senha, número de seguridade social ou informações de cartão de crédito”, enfatizou a companhia.
A campanha de Trump não possui ligação com essa rede e não respondeu aos pedidos de comentário.
Estudo da Universidade de Syracuse Analisa Plataformas da Meta
A Universidade de Syracuse investiga as plataformas da Meta porque outras empresas, como Twitter e TikTok, não compartilham seus dados de forma aberta. Por conta disso, não temos conhecimento completo sobre a extensão das fake news e fraudes que circulam nas redes sociais.
Estudo destaca necessidade de regras mais rígidas para redes sociais
Este estudo destaca a urgência de implementar regras mais rigorosas nas plataformas de mídias sociais. Sem essas diretrizes, as pessoas podem facilmente ser enganadas por informações falsas. É essencial que os legisladores e as empresas de mídia social colaborem para aumentar a transparência e combater a desinformação. Simultaneamente, os usuários devem estar atentos e pensar criticamente sobre o conteúdo que consomem online.
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