Novo estudo: seios nasais impediram evolução de mergulhos profundos de ancestrais dos crocodilos

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Por Alex Morales
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Crocodilo antigo debaixo d'água com estrutura do seio destacada.

São PauloCientistas que estudam animais antigos descobriram que as estruturas sinusais dos talatossúquios, parentes dos crocodilos modernos, os impediram de se tornarem mergulhadores de águas profundas. Esses animais viveram durante os períodos Jurássico e Cretáceo e possuíam grandes seios no focinho. Essas características tornavam perigoso para eles mergulhar em grandes profundidades devido às mudanças de pressão, ao contrário das baleias e golfinhos modernos, que desenvolveram traços especiais para mergulhos profundos.

Thalattosuchia, um grupo ancestral de criaturas semelhantes a crocodilos, tinham grandes cavidades nasais em seus focinhos, mesmo ao se adaptarem à vida marinha. Inicialmente, as cavidades em seus crânios diminuíram, semelhante ao que ocorreu com baleias e golfinhos, permitindo-lhes explorar melhor os ambientes aquáticos. Entretanto, as cavidades nasais posteriormente aumentaram, dificultando sua navegação em águas profundas com segurança. Em contraste, baleias e golfinhos desenvolveram cavidades externas e sacos de ar que os ajudaram a lidar com a pressão subaquática.

O estudo destaca diferenças significativas entre os talattossuquídeos e seus descendentes totalmente aquáticos:

  • Baleias e golfinhos reduziram os seios internos do crânio e desenvolveram sacos de ar externos.
  • Os talattossuquídeos expandiram os seios nasais de seus focinhos, o que os impediu de mergulhar em grandes profundidades.
  • Os cetáceos desenvolveram mecanismos eficientes de regulação de pressão, ao contrário dos talattossuquídeos.

Este estudo revela que os seios nasais expandidos nos metriorincos, um tipo de talatossúquio, provavelmente desempenharam um papel secundário na remoção de sal. Esses seios nasais podem ter funcionado de maneira semelhante às glândulas de remoção de sal encontradas em iguanas marinhas e aves modernas. A pressão do movimento das mandíbulas poderia ter ajudado a eliminar o excesso de sal, uma adaptação essencial para viver em ambientes oceânicos salgados. Esta descoberta demonstra como a evolução pode criar características com múltiplas funções de acordo com as necessidades específicas de diferentes animais.

Título: Evolution multiplica funções de órgãos para a sobrevivência animal.

Thalattosuchia evoluíram de maneiras distintas ao se adaptarem a novos ambientes. Embora compartilhassem algumas mudanças evolutivas com as baleias, o desenvolvimento deles tomou um rumo diferente. Isso resultou em sua extinção antes que pudessem se ajustar completamente à vida nas profundezas do mar. O estudo oferece insights sobre a vida marinha antiga e demonstra como as forças evolutivas podem moldar as espécies ao longo do tempo.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1098/rsos.241272

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Mark T. Young, Julia A. Schwab, David Dufeau, Rachel A. Racicot, Thomas Cowgill, Charlotte I. W. Bowman, Lawrence M. Witmer, Yanina Herrera, Robert Higgins, Lindsay Zanno, Xu Xing, James Clark, Stephen L. Brusatte. Skull sinuses precluded extinct crocodile relatives from cetacean-style deep diving as they transitioned from land to sea. Royal Society Open Science, 2024; 11 (10) DOI: 10.1098/rsos.241272
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