Novo estudo revela como parasita da doença do sono dribla o sistema imune humano
São PauloPesquisadores da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg investigaram como o parasita Trypanosoma brucei dribla o sistema imunológico humano. Em experimentos com camundongos, descobriram que esse parasita, causador da doença do sono africana, se esconde em tecidos fora da corrente sanguínea para não ser detectado pelo sistema imunológico. Essa estratégia permite que o parasita altere frequentemente sua camada exterior, ajudando-o a sobreviver por mais tempo no hospedeiro.
Principais Descobertas:
- Estratégia: O parasita se esconde em espaços extravasculares, o que retarda a resposta imunológica.
- Revestimento Superficial: Ele modifica suas proteínas externas para escapar dos anticorpos.
- Locais de Infecção: Os tecidos abrigam variantes mais diversas do parasita do que o sangue.
Título: Parasita Dribla Sistema Imunológico com Troca de Aparência
O Trypanosoma brucei tem a habilidade de alterar sua aparência, o que lhe permite escapar do sistema imunológico do hospedeiro. Ele modifica frequentemente sua glicoproteína de superfície variante (VSG), tornando difícil a detecção pelo hospedeiro. Essa capacidade indica que os tecidos são ambientes propícios para o parasita desenvolver novos tipos de VSG. Ao se deslocar do fluxo sanguíneo para outras áreas, o parasita obtém uma vantagem, continuando a se espalhar e a infectar novos hospedeiros através da mosca tsé-tsé.
Descoberta revela que o sistema imunológico leva mais tempo para eliminar o parasita dos tecidos em comparação com o sangue. Compreender essa demora proporciona novas percepções sobre a persistência de infecções de longa duração. Os pesquisadores chegaram a esta conclusão ao desenvolver uma nova técnica de sequenciamento de RNA para monitorar a atividade de diferentes VSGs em amostras de sangue e tecido retiradas de camundongos infectados.
Nova pesquisa pode melhorar tratamento de infecções persistentes
Esta pesquisa é crucial para compreender infecções de longa duração, além da doença do sono. Ela sugere que outros microrganismos, como os que causam a doença de Lyme, podem usar estratégias semelhantes para sobreviver nos hospedeiros. O estudo indica que impedir o movimento do T. brucei do sangue para os tecidos pode resultar em tratamentos melhores, dificultando que ele se esconda e permitindo que o sistema imunológico elimine a infecção.
Pesquisadores fizeram uma descoberta importante sobre como o T. brucei interage com seu ambiente. Isso pode revolucionar o tratamento para a doença do sono e males similares. Ao impedir que o parasita utilize certas partes do corpo, esse trabalho pode facilitar a eliminação de infecções. Este é um grande avanço na luta contra doenças tropicais negligenciadas e pode melhorar a gestão de infecções parasitárias a longo prazo em todo o mundo.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1038/s41586-024-08151-ze sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Alexander K. Beaver, Zhibek Keneskhanova, Raúl O. Cosentino, Brian L. Weiss, Erick O. Awuoche, Gretchen M. Smallenberger, Gracyn Y. Buenconsejo, Nathan P. Crilly, Jaclyn E. Smith, Jill M. C. Hakim, Bailin Zhang, Bryce Bobb, Filipa Rijo-Ferreira, Luisa M. Figueiredo, Serap Aksoy, T. Nicolai Siegel, Monica R. Mugnier. Tissue spaces are reservoirs of antigenic diversity for Trypanosoma brucei. Nature, 2024; DOI: 10.1038/s41586-024-08151-zCompartilhar este artigo