Macacos, Shakespeare e o universo: por que criatividade não é questão de sorte infinita?

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Alex Morales
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Macacos digitando em máquinas de escrever sob um céu estrelado.

São PauloTítulo: Estudo Desafia Teorema do Macaco Infinito

O Teorema do Macaco Infinito propõe que, com tempo infinito, um macaco digitando aleatoriamente poderia eventualmente escrever todas as obras de Shakespeare. Contudo, um estudo recente revela que é extremamente improvável que isso ocorra no tempo de existência do nosso universo. Os pesquisadores Stephen Woodcock e Jay Falletta, da Universidade de Tecnologia de Sydney, exploraram essa ideia e argumentam que focar em infinito não condiz com os limites do nosso universo.

Chances e Probabilidades: Macacos e Teclados na Eternidade do Universo

O estudo analisa a probabilidade de certos resultados considerando diversos fatores: um macaco digitando, cerca de 200.000 macacos no mundo, uma estimativa de duração do universo de 10^100 anos, e um teclado com 30 teclas que inclui todas as letras do alfabeto inglês e pontuação.

Os resultados indicam que há uma baixa probabilidade, cerca de 5%, de um macaco digitar aleatoriamente palavras curtas como "bananas" ao longo de sua vida. No entanto, é praticamente impossível para um macaco digitar aleatoriamente todas as obras de Shakespeare durante a existência do universo.

Este estudo tem impactos abrangentes. Ele demonstra a dificuldade de prever resultados em sistemas com limites físicos, mesmo quando contradições lógicas indicam possíveis desfechos. A pesquisa sugere repensarmos nossa visão sobre recursos ilimitados e modelos teóricos, ao mesmo tempo em que destaca a diferença entre probabilidades matemáticas e situações do mundo real.

O experimento nos leva a refletir sobre o que realmente são a criatividade e a aleatoriedade. Ele nos incita a pensar sobre o que é necessário para replicar a criatividade humana. Diferente da aleatoriedade, a criatividade geralmente envolve propósito e conhecimento, elementos que não surgem apenas do acaso.

À medida que adentramos a era da IA, é essencial refletir sobre a forma como as máquinas geram conteúdo. A inteligência artificial generativa, que possui uma alta complexidade, utiliza vastos conjuntos de dados e algoritmos, em vez de confiar no acaso. Isso nos leva a considerar as diferenças entre o conteúdo produzido por máquinas e os textos criados por humanos.

O estudo destaca como situações no mundo real podem ser bem distintas de problemas de probabilidade teórica, mesmo quando levamos em conta as limitações do universo.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.fraope.2024.100171

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Stephen Woodcock, Jay Falletta. A numerical evaluation of the Finite Monkeys Theorem. Franklin Open, 2024; 100171 DOI: 10.1016/j.fraope.2024.100171
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