Jack Smith pede reativação de caso sobre documentos de Trump
São PauloPromotores federais, liderados pelo Conselheiro Especial Jack Smith, pediram ao Tribunal de Apelações do 11º Circuito dos EUA para reabrir o caso contra o ex-presidente Donald Trump sobre o manuseio de documentos confidenciais. Smith argumenta que a juíza Aileen Cannon errou ao encerrar o caso, pois isso contraria leis e regulamentos estabelecidos.
A demissão de Cannon surpreendeu muitos especialistas jurídicos e interrompeu o andamento do caso, apesar das inúmeras evidências, como filmagens de segurança e conversas gravadas com Trump. Promotores afirmam que a visão de Cannon levou a uma decisão errada sobre a nomeação do procurador especial.
Como interpretar a Cláusula de Nomeações da Constituição?
A principal questão é como entender a Cláusula de Nomeações na Constituição. Este dispositivo estabelece que alguns altos funcionários, como juízes e embaixadores, precisam da aprovação do Senado. No entanto, permite que "oficiais inferiores" sejam nomeados pelo chefe de uma agência. A equipe de Smith argumenta que leis e práticas anteriores mostram que o Procurador-Geral pode nomear um conselheiro especial sem a necessidade de envolvimento do Presidente ou aprovação do Senado.
Pontos Relevantes:
- O Procurador-Geral frequentemente nomeia conselheiros especiais e independentes.
- Essas nomeações têm sido utilizadas em investigações de casos notórios, como o Watergate.
- Existem pelo menos quatro leis que autorizam tais nomeações.
- Uma decisão de dezembro de 2022 pelo mesmo tribunal de apelação contraria decisões anteriores de Cannon.
A defesa argumenta que a nomeação de Smith violou a Cláusula de Nomeações, o que levou Cannon a realizar uma audiência que durou vários dias, resultando na decisão favorável a esse ponto de vista. Essa decisão pode impactar não apenas este caso, mas também a validade legal de todos os conselheiros especiais nomeados fora do Departamento de Justiça.
O prazo para a decisão do tribunal de apelação é incerto. Caso a acusação seja retomada, é improvável que o julgamento ocorra antes das próximas eleições presidenciais, o que é crucial devido à possibilidade de reeleição de Trump. Se Trump vencer, ele poderia nomear um novo Procurador-Geral que talvez arquivasse o caso. O recurso também pode chegar à Suprema Corte dos EUA.
A equipe de Smith argumenta que, se a decisão de Cannon for mantida, isso invalidaria muitas nomeações de conselheiros especiais passadas e atuais. Eles afirmam que isso também mostraria que o Congresso consistentemente ignorou erros nesses procedimentos. Essa alegação abrangente destaca os impactos maiores do caso além de Trump e pode questionar a legalidade das nomeações padrão de conselheiros especiais.
Trump enfrenta atualmente quatro processos judiciais, cada um com implicações políticas e legais significativas para ele e para o sistema de justiça. A decisão deste recurso pode alterar o poder dos Promotores-Gerais e impactar a legitimidade das investigações conduzidas por conselheiros especiais.
21 de novembro de 2024 · 21:24
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