Israel anuncia pausa tática no sul de Gaza para ajuda

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Por Bia Chacu
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Caminhões de ajuda entrando em Gaza durante o feriado de Eid Al-Adha.

São PauloIsrael interrompeu suas operações no sul da Faixa de Gaza para permitir que caminhões de ajuda humanitária alcancem a passagem de Kerem Shalom, que está sob seu controle. Esses caminhões seguirão pela rodovia Salah a-Din, uma das principais vias de norte a sul.

Os militares afirmam que uma pausa ajudará a distribuir mais ajuda para diferentes partes de Gaza, como Khan Younis, Muwasi e a região central de Gaza. A área norte de Gaza está recebendo ajuda através de um ponto de travessia no norte. A pausa coincide com o início das celebrações de Eid Al-Adha pelos muçulmanos em Gaza.

Pontos principais:

  • Caminhões de ajuda humanitária utilizarão a passagem de Kerem Shalom.
  • A estrada Salah a-Din será utilizada para viagens seguras.
  • A pausa começa durante as celebrações do Eid Al-Adha.

A decisão foi tomada após conversas com a ONU e grupos de ajuda internacionais. Alguns integrantes do governo do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu discordaram da decisão, pois desejam que a guerra continue. O exército anunciou que os combates vão prosseguir no restante do sul de Gaza. As regras para a entrada de ajuda humanitária permanecem inalteradas.

Agências de ajuda humanitária, incluindo a ONU, não responderam de imediato às perguntas. Scott Anderson, diretor de assuntos da Faixa de Gaza para a agência da ONU para palestinos, disse à CNN que está esperançoso. Ele acredita que a pausa permitirá a entrada de ajuda humanitária significativa.

Israel e Hamas estão considerando cessar as hostilidades. O plano foi elaborado pela equipe do Presidente Joe Biden. Biden afirmou que a ideia partiu de Israel, mas Israel ainda não concorda totalmente com ela. Hamas fez algumas alterações que Israel não aprova.

Os combates continuam. Israel declarou no domingo que 11 soldados foram recentemente mortos em Gaza. Um soldado morreu devido aos ferimentos que sofreu na semana passada. Desde a invasão terrestre de Gaza no ano passado, Israel perdeu 308 soldados. Segundo autoridades israelenses, o ataque do Hamas em 7 de outubro matou 1.200 pessoas e fez 250 reféns. Autoridades de saúde em Gaza relatam que mais de 37.000 palestinos morreram na guerra.

A campanha militar de Israel contra o Hamas começou após o ataque de 7 de outubro. A guerra resultou em uma crise humanitária em Gaza. Segundo a ONU, muitas pessoas estão passando fome e à beira da inanição. A comunidade internacional está pedindo que Israel ajude a aliviar a crise. Os combates contínuos, incluindo em Rafah, dificultam a entrega de ajuda.

De 6 de maio a 6 de junho, a ONU recebeu em média 68 caminhões de ajuda por dia. Em abril, foram 168 caminhões diários. As organizações de ajuda humanitária afirmam que precisam de 500 caminhões por dia.

Mais de 1 milhão de palestinos deixaram Rafah após a invasão. Atualmente, eles vivem no sul e no centro de Gaza, muitos em acampamentos de tendas. As condições são precárias, com esgoto a céu aberto nas ruas.

COGAT afirma que não há limites para os caminhões de ajuda. Relatam que 8.600 caminhões entraram em Gaza entre 2 de maio e 13 de junho, o que equivale a cerca de 201 caminhões por dia. Entretanto, grande parte da ajuda ainda não chegou aos seus destinos. Um porta-voz da COGAT, Shimon Freedman, diz que a culpa é da ONU, alegando problemas como a falta de caminhões suficientes.

A ONU afirma que essas alegações são falsas. Os conflitos tornam perigosa a circulação dos caminhões da ONU em Gaza. Os motoristas precisam de aprovação do exército israelense por questões de segurança. Às vezes, ocorre roubo de caminhões de ajuda nas estradas de Gaza.

O novo plano permite que os caminhões operem por 11 horas diárias. Isso deve facilitar a coordenação das entregas. Ainda não se sabe se o exército fará a escolta dos caminhões de ajuda na rodovia.

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