Tratamento térmico reduz rapidamente o vírus H5N1 em leite cru, aponta estudo do NIAID

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Por Alex Morales
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Fervendo leite cru em uma panela

São PauloCientistas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) realizaram um estudo sobre como o aquecimento do leite cru afeta o vírus da gripe H5N1. Eles descobriram que aquecer o leite reduzia rapidamente os níveis do vírus, mas ainda era possível encontrar vestígios do mesmo em algumas situações.

Principais descobertas:

  • O tratamento térmico a 63°C (145,4°F) causou uma diminuição significativa nos níveis do vírus em 2,5 minutos.
  • A pasteurização padrão em massa a 63°C por 30 minutos foi capaz de eliminar o vírus.
  • O tratamento térmico a 72°C (161,6°F) também reduziu os níveis do vírus em cinco segundos.
  • Quantidades pequenas do vírus ainda foram detectáveis após 20 segundos de tratamento térmico a 72°C em uma das três amostras.

Cientistas coletaram o vírus H5N1 de um leão-da-montanha morto em Montana e o misturaram com amostras de leite de vaca não pasteurizado. Eles aqueceram o leite a 63°C e 72°C por diferentes períodos de tempo. Após o aquecimento, testaram as amostras para verificar se ainda havia vírus ativo.

No final de março de 2024, autoridades dos EUA relataram um surto de HPAI H5N1 entre vacas leiteiras no Texas. O surto se espalhou para 95 rebanhos bovinos em 12 estados. Três trabalhadores rurais contraíram infecções oculares pelo vírus. Até agora, ele não foi capaz de se espalhar de pessoa para pessoa.

Cientistas estão monitorando a situação como parte dos seus esforços para se prepararem para pandemias. Eles destacam que suas descobertas são baseadas em testes laboratoriais e não correspondem à pasteurização em larga escala realizada em fábricas. Os autores do estudo ressaltam a necessidade de testar o leite infectado usando equipamentos comerciais de pasteurização para verificar se ele é seguro em condições reais.

O estudo concluiu que adicionar H5N1 ao leite cru não é equivalente ao leite proveniente de vacas infectadas com o vírus. Essa diferença pode influenciar os resultados do tratamento térmico, tornando necessários mais testes.

A Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA afirmou que o leite nas lojas é seguro para consumo. Uma pesquisa analisou 297 produtos lácteos de 132 locais em 38 estados e não encontrou vírus nocivos. Esses resultados indicam que são necessários mais estudos para compreender melhor as condições reais.

A FDA e o USDA estão colaborando em novos estudos para testar a pasteurização. Eles estão utilizando um homogeneizador e um pasteurizador de fluxo contínuo em suas pesquisas. Mais resultados serão compartilhados quando estiverem disponíveis.

Estudos laboratoriais demonstram que o tratamento térmico reduz rapidamente os níveis do vírus H5N1, embora pequenas quantidades ainda possam ser encontradas em alguns casos. O fornecimento de leite ainda é considerado seguro, mas são necessários mais testes para melhor corresponder às situações do mundo real. Este trabalho destaca a necessidade de pesquisa e monitoramento contínuos para proteger a saúde pública.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1056/NEJMc2405488

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Franziska Kaiser, Dylan H. Morris, Arthur Wickenhagen, Reshma Mukesh, Shane Gallogly, Kwe Claude Yinda, Emmie de Wit, James O. Lloyd-Smith, Vincent J. Munster. Inactivation of Avian Influenza A(H5N1) Virus in Raw Milk at 63°C and 72°C. New England Journal of Medicine, 2024; DOI: 10.1056/NEJMc2405488
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