Estudo da Universidade de Michigan refuta preocupação com excesso de serviços médicos na telemedicina

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Por João Silva
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Interface de saúde digital com símbolos médicos e gráficos.

São PauloTelemedicina está em expansão, mas as opiniões sobre ela são variadas. Alguns temem que o aumento das consultas médicas virtuais possa levar a mais serviços médicos desnecessários. Entretanto, um estudo recente da Universidade de Michigan mostrou que isso pode não ser um problema considerável. Os pesquisadores examinaram centros de atenção primária para verificar se o uso aumentado da telemedicina resultava em mais testes e tratamentos desnecessários. Eles descobriram que, mesmo em práticas com alta utilização de telemedicina, não houve um aumento significativo em cuidados médicos de baixo valor.

Procedimentos de Baixo Valor: Avaliação de Cuidados Desnecessários

Este estudo examinou os seguintes procedimentos considerados de baixo valor:

  • Exames de sangue para detectar risco de câncer de próstata em homens com mais de 75 anos
  • Tomografias para infecções simples de sinusite ou dores nas costas
  • Exames de Papanicolau em mulheres com mais de 65 anos
  • Triagem para câncer de cólon em indivíduos com mais de 85 anos
  • Entre outros

Consultas via telemedicina não incluem exames físicos, mas isso não resultou em mais testes desnecessários, como alguns previam. Na verdade, clínicas que adotaram fortemente a telemedicina frequentemente observaram uma redução mais rápida nos cuidados médicos de baixo valor. Por exemplo, clínicas com uso médio a alto de telemedicina registraram uma diminuição acelerada em exames de câncer de colo do útero em mulheres com mais de 65 anos e em testes de sangue para hormônio da tireoide em pessoas com hipotireoidismo.

Os resultados indicam que a telemedicina pode tornar o atendimento à saúde mais eficiente. Ela otimiza o uso de recursos ao reduzir visitas desnecessárias. O estudo também revelou uma diminuição nas consultas presenciais, o que aborda a preocupação de que a telemedicina poderia resultar em mais visitas presenciais devido ao potencial insuficiente das consultas virtuais.

Integrar a telessaúde aos sistemas de saúde apresenta tanto desafios quanto benefícios. Os formuladores de políticas devem considerar esses aspectos ao estabelecer diretrizes para a telessaúde no futuro. Embora a telessaúde possa não reduzir automaticamente os atendimentos médicos desnecessários, ela aumenta o acesso dos pacientes e pode complementar o atendimento tradicional. A transição para esse novo modelo exige foco em mais do que apenas custos. É fundamental integrar a tecnologia de maneira que mantenha a alta qualidade e diminua o desperdício.

O estudo destaca a importância de considerar o acesso dos pacientes, os custos diretos de seu bolso e a conveniência dos serviços ao avaliar o valor do cuidado médico. Esses fatores podem influenciar as decisões dos pacientes e dos profissionais de saúde mais do que o fato de o atendimento ser virtual ou presencial. À medida que a telemedicina continua a evoluir, pesquisas contínuas serão fundamentais para integrar efetivamente as abordagens virtual e tradicional.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2024.45436

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Terrence Liu, Ziwei Zhu, Michael P. Thompson, Jeffrey S. McCullough, Hechuan Hou, Chiang-Hua Chang, A. Mark Fendrick, Chad Ellimoottil. Primary Care Practice Telehealth Use and Low-Value Care Services. JAMA Network Open, 2024; 7 (11): e2445436 DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2024.45436
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