DNA antigo revela como europeus antigos se adaptaram ao longo dos milênios

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Por João Silva
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Mapa da Europa antiga com sobreposição de hélice de DNA.

São PauloCientistas da Universidade do Texas em Austin e da UCLA descobriram novas informações sobre como os primeiros europeus se adaptaram a seus ambientes ao longo de 7.000 anos. Ao analisar o DNA antigo de restos humanos e usar um novo método estatístico, os pesquisadores identificaram mudanças evolutivas e adaptações que não estão presentes nos humanos modernos. Esta pesquisa oferece uma visão clara de como as populações antigas conseguiram sobreviver e prosperar.

A pesquisa analisou mais de 700 amostras de DNA da Europa e de regiões da atual Rússia. Essas amostras pertenciam a quatro períodos principais: Neolítico, Idade do Bronze, Idade do Ferro e Histórico. Descobertas importantes incluem:

  • Passagem da caça e coleta para a prática da agricultura.
  • Modificações decorrentes da convivência mais próxima com animais domesticados.
  • Adaptações a fatores ambientais como o clima.

Utilizar o DNA antigo oferece vantagens especiais. Ele preserva as informações genéticas originais relacionadas à adaptação, sem as alterações vistas no DNA moderno. Isso permite que os cientistas observem características genéticas que se desenvolveram em resposta a mudanças como o início da produção leiteira ou a formação de sociedades maiores.

O estudo identificou 14 regiões no genoma que parecem ter sido influenciadas pela seleção natural. Um exemplo são os genes que auxiliam na digestão do leite animal, que se tornaram mais comuns apenas na história recente. Essa característica provavelmente ganhou importância por fornecer uma fonte confiável de nutrição em épocas de escassez de alimentos ou falhas nas colheitas.

À medida que os humanos se espalhavam por novas regiões através da expansão agrícola e da migração, eles encontravam doenças desconhecidas que provocaram mudanças nos genes do sistema imunológico. Muitas dessas alterações genéticas identificadas em amostras antigas não estão mais presentes no DNA atual devido a modificações aleatórias ao longo do tempo e à mistura de diferentes populações. Isso destaca como o ambiente influencia a composição genética humana.

O estudo concentra-se em períodos mais próximos de eventos históricos, permitindo que os cientistas observem mudanças evolutivas antes de se espalharem amplamente ao longo das gerações. Isso proporciona uma compreensão mais clara da história evolutiva humana e demonstra como os estudos sobre DNA antigo ajudam a entender as adaptações que permitiram aos primeiros europeus sobreviverem. Esta pesquisa importante destaca o valor dos dados genéticos antigos para aprender sobre como os seres humanos se adaptaram ao longo do tempo.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-53852-8

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Devansh Pandey, Mariana Harris, Nandita R. Garud, Vagheesh M. Narasimhan. Leveraging ancient DNA to uncover signals of natural selection in Europe lost due to admixture or drift. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-53852-8
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